Maciel (2003) afirma que a realização de um projeto de arquitetura,
como qualquer outro trabalho, tem premissas que lhe são
próprias: há um programa a ser atendido, um lugar em que se
implantará o edifício, e um modo de construir a ser
determinado. Esse conjunto de premissas é elaborado graficamente em
um desenho que opera como mediador entre a idéia do projeto e sua
realização concreta.
A idéia de um conceito que participe como elemento indutor do processo de projeto é de modo recorrente compreendida como algo externo a essas premissas, uma ficção, analogia, metáfora ou discurso filosófico que, servindo como ponto de partida, daria relevância ao projeto e milagrosamente articularia todos os condicionantes em uma forma significativa. Essa estratégia reduz a importância de dados existentes do problema e valoriza elementos que em princípio sequer existem como premissas necessárias para a realização da arquitetura. Na ausência de um grande padrão ideal legitimador das ações do arquiteto, já diagnosticada desde a emergência do pensamento pós-moderno, a busca de ficções legitimadoras isoladas como algo que confira qualidade à arquitetura tem sido uma estratégia usual tanto entre arquitetos que ocupam posições dominantes no cenário internacional como na produção local, prática e acadêmica.Portanto o conceito está posicionado diretamente com o esforço do arquiteto em compreender, interpretar e transformar os dados pré-existentes do problema arquitetônico, que se constituem em fundamento para seu trabalho: o lugar, o programa, e a construção. Esta abordagem não procura determinar um procedimento lógico e racional que concatenaria uma seqüência de resultados obtidos cientificamente a partir da observação dos condicionantes. Tal entendimento do processo de projeto – e por conseqüência, do conceito -, em oposição extrema à primeira abordagem citada, suporia a eliminação completa da subjetividade do arquiteto. Contudo, no processo de projeto, a compreensão e interpretação de cada aspecto colocado como premissa exige por parte do arquiteto a tomada de sucessivas decisões. Cada uma dessas decisões é um ato racional, operado a partir do conhecimento específico do problema, relativizado pela experiência vivida do arquiteto e pelo momento em que se realiza o projeto.
Com isso seria possível afirmar que a ato de projetar ultrapassa o pensar, se tornando um conjunto de sensações, no qual o arquiteto tem a obrigação de sentir, se colocar no local onde inúmeras pessoas estarão, dentro desse contexto é imprescindível que o profissional esteja ligado a preocupação com conforto, estética, padrões culturais, sendo um verdadeiro transmissor de sentimentos, ou seja produzir sonhos.
Adaptação
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