sábado, 31 de março de 2012

quarta-feira, 7 de março de 2012

Compreendendo a Arquitetura Minimalista



Pavilhão alemão na Feira Mundial de Barcelona (1929)
Segundo Tavares (2007), o conceito desse partido arquitetônico, está relacionado a exaltação do minimal  e se configura em  busca de  alcançar a máxima tensão formal, o máximo impacto intelectual ou sensorial utilizando um mínimo de meios. O elementarismo compositivo de uma obra de inspiração minimalista artisticamente relevante não se restringe apenas a um marcante esforço de síntese, envolve também o estabelecimento de abstrações múltiplas que se tornam assimiláveis a partir de mecanismos mais intelectuais do que sensoriais.
Inicialmente esse estilo se consolidava sob os conceitos de harmonia e equilíbrio segundo o ideal estético neoplasticista não era concebido através do princípio clássico da simetria, mas sim por meio da criação de oposições e contrastes resultantes da exploração do elementarismo da linha, do espaço e da cor em formas geométricas regulares claramente diferenciadas e sem sobreposições, produzindo uma qualidade assimétrica da noção de equilíbrio, ou seja, uma nova concepção de arquitetura, caracterizada como “abstrata, objetiva, elementarista, informe, econômica, de planta livre, assimétrica, antidecorativa, antimonumental, anticúbica, aberta, flutuante e em equilíbrio dinâmico”.
"Embora a casa de Rietveld tenha sido uma das primeiras manifestações arquitetônicas de inspiração minimalista, o desenvolvimento desta tendência foi continuado por Mies Van der Rohe (1886 –1969) a partir da interpretação da metáfora “less is more”, o que equivale dizer “menos vale mais”, ou “menos significa mais”. A fecundidade da metáfora miesiana reside na abrangente multiplicidade de significados que suscita, em diversos planos de compreensão. Não se trata, portanto, de uma analogia visual direta ou literal em que o edifício resulta em um signo icônico óbvio de seu conceito gerador, como em muitos exemplos do figurativismo arquitetônico pós-moderno . A abrangência deste aforismo, convertido em um dos princípios fundamentais não só do pensamento arquitetônico moderno, como também de algumas tendências não-figurativas do pós-modernismo arquitetônico, conduziu não somente à concepção de obras arquitetônicas comunicadoras de belas poéticas internas, mas também a um sincero questionamento sobre as próprias qualidades de uma boa arquitetura.
A influência neoplasticista na obra de Mies manifesta-se claramente no Pavilhão alemão na Feira Mundial de Barcelona (1929), expressão emblemática da metáfora minimalista . Subjacente à aparente simplicidade do minimalismo arquitetônico de Mies, reside um ideal de perfeição platônica materializado a partir de um sofisticado jogo combinatório de lâminas de vidro, superfícies de água, planos horizontais e verticais e painéis de mármore. Os delgados pilares metálicos cruciformes revelam uma expressão estrutural ao mesmo tempo singela e vigorosa, produzindo um tipo de tensão essencialmente minimalista.
Alguns dos elementos da linguagem moderna da arquitetura que se mostram presentes nestes exemplos, tais como a tendência à abstração, a ampla recorrência às formas geométricas puras, a assimetria, os planos e balanços, as relações de transparência entre espaço interno e externo, o elevado rigor técnico e a estética apurada dos detalhes construtivos, dentre outros, ressurgem décadas mais tarde na produção arquitetônica pós-moderna de inspiração minimalista, para onde também convergem as influências das artes minimalistas desenvolvidas nos Estados Unidos ao longo da década de 1960."
Com a releitura dos estilos com o Pós-Moderno 
reaparecem arquiteturas que primam pela busca de um sentido comum tectônico presente no uso rigoroso e asséptico dos materiais, na recriação de espaços diretos e puros, na utilização de formas volumétricas e geométricas simples, na austera utilização de repertórios significativos, na economia de materiais e energias, e na integração com o entorno, sendo ele, o minimalismo pós-moderno.

 Arthur Campos Tavares Filho

terça-feira, 6 de março de 2012

Novo conceito de Arquitetura!

"Pra quê biblioteca se você gosta mesmo é de ler no banheiro? Pra quê suntuosa sala de jantar se o povo não sai da copa e da cozinha, agora rebatizadas de espaço gourmet? Pra quê home movie se você acaba mesmo vendo os filmes no aconchego da sua cama?
Inteligente é uma casa fresca e clara, preferencialmente aberta para leste e sul, poupando energia.
Esta orientação, entretanto, não é regra geral: se a moradia estiver em altitudes superiores a 1.400m, como a nossa, vamos precisar de muito sol, principalmente à tarde, para aquecê-la nas noites de inverno.
Uma casa não é só construção, é o resultado do diálogo desta com as áreas livres.
A água vai ficar escassa, mas graças a uma obsessão escatológica por banheiros.
Na nossa infância, com famílias bem mais numerosas, compartilhávamos, sem problemas, um, no máximo dois, agora enchemos nossas casas de suítes e vangloriamo-nos da economia do aquecimento solar…
Inteligente é parar de desperdiçar e reciclar, para que dure mais o que ainda resta da Terra.
É usar corretamente o terreno, que um erro, nele, não terá mais conserto.
É rever nosso estilo de vida, despindo-o das efêmeras “tendências” impostas pelo consumo. O último lançamento de Milão será descartado pelo próximo, do ano que vem, e não se troca de casa nem de mobília como se troca de roupa, logo convém dimensionar correta e conscientemente os espaços das nossas necessidades, dos nossos desejos.
É escolher, ao edificar, a solução com o menor impacto ambiental e consumo energético, materiais mais duráveis e de menor manutenção, respeitando o vizinho e os lugares públicos, é por aí afora.
A partir de casas inteligentes para cidadãos inteligentes iremos tornando nossas cidades inteligentes."
José Eduardo Ferolla
Arquiteto/Professor da UFMG
Fonte:http://renatamalachias.wordpress.com/2009/07/10/texto-inteligente-sobre-arquitetura/